

Hoje é um dia histórico para Portugal e para o resto da Europa. E foi no nosso país que se concretizou mais um dos pequenos passos de que Jean Monet falava quando se referia ao método que deveria ter a construção de uma Europa unida. Caminhamos para uma federação totalmente original, única no mundo. Nunca seremos uns Estados Unidos da Europa, nem será esse o nosso modelo. Mas daremos mais uma vez um exemplo à Humanidade do que é civilização. Espero que o novo Tratado europeu, que se chamará Tratado de Lisboa, seja um passo seguro de uma Europa ainda mais forte no mundo e que esta se imponha como uma grande potência mundial. Espero ainda que, daqui a uns anos, talvez muitos, tenhamos uma Europa com uma única voz na política externa, com um poderio militar único, uma Constituição e um Presidente votado por todos os europeus. E é bom não esquecer que já temos uma moeda única, um parlamento europeu, livre circulação de pessoas e bens, entre muitas outras conquistas que se mostraram muito úteis a todos os cidadãos europeus. Quanto a um referendo digo que sou contra. A ver pelo que aconteceu em França e na Holanda, em que apenas se discutiu política interna de cada um desses países, não vejo que os portugueses saíssem mais elucidados sobre o Tratado e sobre o que está em causa para a Europa. Acredito, como sempre acreditei, que a democracia representativa responde melhor no que respeita aos grandes desígnios. A maioria do povo português votou num partido profundamente europeísta, o mais europeísta de todos os partidos portugueses. Compete ao governo desse partido decidir. Se todos os países europeus só olharem para o seu umbigo e não cederem e partilharem a sua soberania a Europa não avançará nunca. Desejo sinceramente que todos os países da União Europeia, e os outros que entrarão um dia, deixem os egoísmos nacionais e nacionalistas de lado e se prossiga com o sonho de Jean Monet.