20 novembro 2006

Árvore de Natal e Presépio




Todos os Novembros é o mesmo. No último ou penúltimo fim-de-semana fazemos a árvore de Natal e o presépio na casa de Tomar. Até aí tudo normal. O problema é que cada ano que passa parece que os Novembros chegam cada vez mais depressa! Devo estar mesmo a ficar velho... Este domingo, mais uma vez, lá fomos desencaixotar esses símbolos da época natalícia. Para mim é um ritual que me faz lembrar os bons tempos de criança em que este trabalho era feito com entusiasmo. Na altura ainda se usavam aqueles presépios de pequenas figuras de barro, mais ou menos mal feitas. Ia com a minha mãe comprar um pinheiro pequeno e musgo a uma florista (sim, já sou do tempo do ir comprar e não do ir apanhar). Chegava a casa eufórico, ia à arrecadação a correr buscar os caixotes com os enfeites para a árvore e as tais pequenas figuras de barro, que estavam embrulhadas em papel de jornal. Dali saíam pastores, ovelhas, os três reis magos, uma ponte, um castelo, um moinho, patos, cães e as inevitáveis figuras do menino Jesus, Nossa Senhora, São José, a vaca e o burro... Havia anos em que se ia à praça comprar mais uma ou duas figuras para aumentar o lote da bonecada. Eu ficava extasiado. Depois era colocar o musgo, uma tira de prata a fazer de rio, colocar a ponte em cima e em cima dela um rei mago montado num camelo. A cabana do menino Jesus tinha uma pequena luz encarnada, que tornava aquele pequeno cenário um pouco misterioso. A seguir era enfeitar a árvore de Natal, com uma fitas que hoje são consideradas do mais piroso que há, mas que eram as que existiam nos anos 80. Eram muito brilhantes e de várias cores, tal como as bolas de Natal. Cedo a minha mãe começou a inovar, colocando outro tipo de enfeites, mais sofisticados para a época, que eu odiava, mas que aprendi a gostar. O dia de montar o presépio e enfeitar a árvore era mágico... Ficava horas a olhar para tudo aquilo e encantado com o cheiro do pinheiro e do musgo. Hoje tudo isso se perdeu, tanto o pinheiro natural, como o musgo, como o encanto do Natal...

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois é.. pegaste-me mesmo a nostalgia... É estranho como, com o passar dos anos, perdemos a paciência e a forma encantada com que encarávamos as coisas. Agora parece que nada disso faz sentido. Felizmente que o espírito mantém-se em função da felicidade que podemos provocar nos outros ou vice-versa.