29 novembro 2006

Já é Natal em minha casa



Como agnóstico que sou o Natal significa festa da família e não tem qualquer carácter religioso. Por essa razão não há presépio em minha casa, ao contrário da casa de Tomar, que é dos meus pais.

26 novembro 2006

Triste Sábado

Há dias em que somos assaltados pela brusquidão dos acontecimentos. Ontem foi o que me aconteceu. Duas pessoas que conhecia desapareceram para sempre. Custou-me ver colegas do trabalho a sofrer. Custou-me dar a triste notícia a um grande amigo, que considero irmão. Custou-me imaginar o que sentiram quatro famílias portuguesas ao saber da notícia. Custou-me saber, mais uma vez, que a morte faz parte da vida...

23 novembro 2006

Philippe Noiret



Morreu hoje Philippe Noiret, que participou naquele que eu considero o filme da minha vida: "Cinema Paraíso", de Giuseppe Tornatore. Noiret foi também o protagonista de outro bom filme, o "Carteiro de Pablo Neruda". Ficará na história da sétima arte como um dos actores franceses mais conhecidos no mundo e que entrou em mais de 120 filmes.

20 novembro 2006

Árvore de Natal e Presépio




Todos os Novembros é o mesmo. No último ou penúltimo fim-de-semana fazemos a árvore de Natal e o presépio na casa de Tomar. Até aí tudo normal. O problema é que cada ano que passa parece que os Novembros chegam cada vez mais depressa! Devo estar mesmo a ficar velho... Este domingo, mais uma vez, lá fomos desencaixotar esses símbolos da época natalícia. Para mim é um ritual que me faz lembrar os bons tempos de criança em que este trabalho era feito com entusiasmo. Na altura ainda se usavam aqueles presépios de pequenas figuras de barro, mais ou menos mal feitas. Ia com a minha mãe comprar um pinheiro pequeno e musgo a uma florista (sim, já sou do tempo do ir comprar e não do ir apanhar). Chegava a casa eufórico, ia à arrecadação a correr buscar os caixotes com os enfeites para a árvore e as tais pequenas figuras de barro, que estavam embrulhadas em papel de jornal. Dali saíam pastores, ovelhas, os três reis magos, uma ponte, um castelo, um moinho, patos, cães e as inevitáveis figuras do menino Jesus, Nossa Senhora, São José, a vaca e o burro... Havia anos em que se ia à praça comprar mais uma ou duas figuras para aumentar o lote da bonecada. Eu ficava extasiado. Depois era colocar o musgo, uma tira de prata a fazer de rio, colocar a ponte em cima e em cima dela um rei mago montado num camelo. A cabana do menino Jesus tinha uma pequena luz encarnada, que tornava aquele pequeno cenário um pouco misterioso. A seguir era enfeitar a árvore de Natal, com uma fitas que hoje são consideradas do mais piroso que há, mas que eram as que existiam nos anos 80. Eram muito brilhantes e de várias cores, tal como as bolas de Natal. Cedo a minha mãe começou a inovar, colocando outro tipo de enfeites, mais sofisticados para a época, que eu odiava, mas que aprendi a gostar. O dia de montar o presépio e enfeitar a árvore era mágico... Ficava horas a olhar para tudo aquilo e encantado com o cheiro do pinheiro e do musgo. Hoje tudo isso se perdeu, tanto o pinheiro natural, como o musgo, como o encanto do Natal...

Passear e ler



Sábado foi dia de ir almoçar a Tomar e de, na varanda lá de casa, acabar de ler o "Equador", de Miguel Sousa Tavares. Um dos melhores livros que já li.

16 novembro 2006

Ai Lisboa...


Carmona Rodrigues acabou com a coligação entre o seu partido e o CDS/PP, retirando todos os pelouros à vereadora Maria José Nogueira Pinto, por acaso a única pessoa que mostrou algum trabalho relevante na Câmara de Lisboa. Assim o PPD (é assim que eu gosto de tratar o conhecido PSD, que de social-democrata não tem nada) fica em minoria com oito vereadores, contra nove da oposição (cinco do PS, dois do PCP, um do BE e um do CDS/PP). Se esta câmara já fazia pouco pela cidade, temo que agora ficará em pior estado, perdendo com isso a cidade-capital e os seus habitantes e visitantes. Lisboa está num marasmo terrível, onde nada acontece e a degradação vai aumentando a olhos vistos. Que saudades de João Soares!!! Volta, estás perdoado!

14 novembro 2006

O "menino-guerreiro" Santana Lopes voltou


Vem agora Pedro Santana Lopes editar um livro para esclarecer o que aconteceu nos poucos meses em que foi primeiro-ministro de Portugal e acusa Jorge Sampaio, Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa de uma cabala contra si. É preciso ter muita lata. Será que a memória dos portugueses é assim tão curta e vai acreditar nas coisas que este homem diz? Já se esqueceram que este senhor só fez asneiras em todos os cargos lados por onde passou? Foi um péssimo secretário de Estado da Cultura do governo de Cavaco Silva, quando liderava a oposição no seu próprio partido até prometeu deixar a política, deixou dívidas gigantescas quando foi presidente da câmara da Figueira da Foz, só fez asneiras na Câmara de Lisboa (túnel do Marquês, Parque Mayer, Feira Popular, Casino Lisboa, mau estado dos espaços públicos, só para citar alguns exemplos mais emblemáticos) e foi apenas o pior primeiro-ministro da História de Portugal. Em quatro meses foi autor de tanta trapalhada que a lista seria interminável. Já em campanha eleitoral, não deixou de usar um boato contra José Sócrates para tentar ganhar as legislativas. E agora ainda põe a hipótese de vir a liderar uma câmara municipal. Que tal uma num deserto da Austrália?

13 novembro 2006

06 novembro 2006

Ressaca gastronómica


Quando se passa um fim-de-semana com as pessoas que mais gostamos só pode ser um tempo bem passado.

Na sexta-feira à noite foi um jantar em casa de um casal que já é meu amigo há 15 anos. Conheci-os em Bruxelas na Escola Europeia e desses tempos recordo com alguma nostalgia a nossa viagem à Escócia e várias noites na "Casa Manuel", um café da Grand Place. O Pedro foi um ano meu colega de secretária nas aulas de Português da "stora" Costa e a Catarina convidava-me várias vezes para ir a casa dela, onde eu temia uma furiosa cadela chamada Nicky. Mais tarde, na faculdade, a Catarina foi minha colega de curso e em 1998 estivemos os dois no Pavihhão do ICEP da Expo'98. Ainda na sexta-feira, a Filipa também foi convidada para o jantar, que também foi minha colega em Bruxelas. É uma rapariga de direita com um coração de esquerda. Quem vai para África em condições terríveis para ajudar vários povos de vários países daquele continente dizimado, só pode ser uma pessoa muito, muito especial. Adorei o jantar com estes amigos de sempre e para sempre. Pouco importa para o caso, mas o jantar estava divinal, como é costume quando são cozinhados pelas mãos de uma Frazão Gomes.

No sábado à tarde foi a vez do almoço em casa da minha prima, com os meus tios e pais. Aqui é mesmo família. Que posso eu dizer? Vou amá-los até ao fim da minha vida. E não porque sejam família, mas sim porque tive sorte na que me calhou em sorte. Também não interessa para o caso, mas comi tanto cozido à portuguesa que devo ter engordado 10 quilos em duas horas.

No sábado à noite foi a vez de ir ao aniversário da amiga Mariana, uma mulher de quem eu só posso dizer bem. E eu até sou bastante rigoroso com os amigos. A Mariana tem o encanto natural de saber receber, de ter sempre um sorriso sincero que nos põe à vontade e nos faz sentir seguros. E só uma mulher fantástica poderia namorar uma pessoa que tem um coração do tamanho do mundo. O Nuno é provavelmente uma das pessoas mais puras que conheço. Sendo amigo dele, sei que em qualquer momento mau da minha vida poderei contar com ele. Nos dias que correm é um luxo ter amigos destes. Na festa estavam outros dois amigos que eu não posso nunca esquecer. O Filipe, que é praticamente um irmão, é meu cúmplice e a pessoa que mais ouve os meus lamentos ou indisposições. Tem uma paciência de santo comigo, apesar de não ser uma pessoa naturalmente paciente. O que, para mim, ainda lhe dá mais valor. Sem ele eu não seria a mesma pessoa. A Rosa, que veio a Lisboa de férias, está na mesma e bem. É outra amiga que sabe receber, que posso estar meses e meses sem a ver e parece que ainda ontem falámos. Tem um coração gigante. No final da noite ainda estava mais empanturrado com os acepipes preparados pela Mariana...

O domingo foi um dia de ressaca gastronómica. Quase não comi, mas tive a agradável sensação de ter passado as três refeições anteriores com algumas das pessoas mais importantes da minha vida. Isso não enche o estômago, mas enche a alma...