10 março 2008

Feira Popular no Terreiro do Paço...não!


Foi nesta belíssima praça que aconteceram das piores e das melhores coisas da História de Portugal. Foi aqui que se queimou à ordem da Santa Inquisição, ditas bruxas, judeus, não-religiosos e todos aqueles que faziam frente à "Santa Igreja". Foi um das páginas mais trágicas da nossa história que se escreveu neste local. Por outro lado, foi aqui que se acabou com a vida do Rei Carlos e seu descendente, uma coisa bastante positiva para poder implementar a República. Mais recentemente foi um dos cenários do 25 de Abril, acontecimento bastante positivo para a nossa sociedade e progresso civilizacional. Ainda mais recentemente o Terreiro do Paço serviu para parque de estacionamento de automóveis (lembram-se do Abecassis? Foi ideia dele...). Depois veio Jorge Sampaio e João Soares que acabaram com isso, mas puseram uma superfície bem feinha... Depois vieram as intermináveis obras do metro que retiraram o Cais das Colunas, obras essas que entretanto terminaram. Veio António Costa e resolve dinamizar o Terreiro do Paço aos domingos... Primeira questão: porquê apenas aos domingos? Segunda questão: Dinamizar como? Bem, o homem decidiu abrir aquela nobre praça a roulottes com farturas, tendas gigantes de grandes marcas como a Galp e outras com associações mais ou menos beneméritas. Aquilo aos domingos parece uma feira popular. António Costa! Acorde para a vida! O Terreiro do Paço deve ter esplanadas, nem que seja apenas por baixo das arcadas, deve ser um espaço de liberdade para artistas de rua, como pintores ocasionais, músicos experimentais, e muitas, mas muitas mesas e cadeiras para se poder beber um café e comer um bolo. Quiosques nos quatro cantos do quadrado em cima da placa central, mas quiosques com aspecto antigo, com cores sóbrias e depois com grandes esplanadas. Os artistas de rua fazem o resto. O Terreiro do Paço deve ser um espaço de liberdade artística e não uma feira pobre. ali seria o local da "pequena" arte. Nos edifícios misteriais colocar-se-iam museus, cafés requintados, hotéis de charme, o que quiserem. No centro da praça seria um local de encontro para todos os lisboetas e turistas... Custa assim tanto?

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