13 janeiro 2008

Ratificação parlamentar do Tratado de Lisboa


O Tratado de Lisboa vai ser ratificado pela Assembleia da República e não através de referendo como tinha sido prometido pelo primeiro-ministro em relação ao antigo Tratado Constitucional. Sócrates não vai cumprir a promessa e, do meu ponto de vista, ainda bem. Eu fui contra os dois referendos sobre a interrupção voluntária da gravidez e contra o referendo à regionalização. Nós votamos de 4 em 4 anos para eleger um governo e decidir e já se provou que os referendos em Portugal nunca atingem 50% de participação. Ainda bem que Mário Soares não fez um referendo (nessa altura nem seria possível constitucionalmente) à entrada de Portugal na então CEE. A Europa tem avançado ao longo destes 50 anos porque tem tido em determinadas alturas bons líderes e pessoas com visão de futuro. A Europa tem de avançar e caminhar, passo a passo, para o federalismo e os povos europeus, normalmente conservadores, terão de aceitar isso. Em Portugal, um referendo sobre o Tratado de Lisboa até passaria com grande facilidade, mas a via parlamentar é tão legítima como a referendária. Penso que os referendos só devem ser feitos em relação a assuntos locais e nunca sobre questões nacionais, já que estes últimos não esclarecem ninguém (como se viu nos três referendos anteriores) e apnas servem para discutir se o Governo é bom ou mau...

2 comentários:

Suburbana disse...

o Governo não cumpre uma promessa eleitoral e ainda bem diz o senhor Tiago. Digo eu: o senhor Tiago tá doido, tá?????
Então agora não cumprir promessas eleitorais é legitimo?
Caso tenha esquecido são essas promessas eleitorais e o consequente programa de Governo que dão legitimidade ao Executivo. Se o eleitor escolhe dar o voto a um partido não deve ser pelas cores garridas ou pelos belos olhes do líder mas sim pelas promessas eleitorias. Logo quando um Governo não cumpre aquilo que promete a sua eleição deixa de ser legitima. certo ou errado?

Suburbana disse...

errata: queria dizer «belos olhos», naturalmente. Mas o menino percebeu não percebeu?